quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paixão

A Admiração é a Primeira de Todas as Paixões

Quando o primeiro contato com algum objeto nos surpreende e o consideramos novo ou muito diferente do que conhecíamos antes ou então do que supunhamos que ele devia ser, isso faz que o admiremos e fiquemos espantados com ele. E como tal coisa pode acontecer antes que saibamos de alguma forma se esse objeto nos é conveniente ou não, a admiração parece-me ser a primeira de todas as paixões. E ela não tem contrário, porque, se o objeto que se apresenta nada tiver em si que nos surpreenda, não somos emocionados por ele e consideramo-lo sem paixão.

René Descartes, in 'As Paixões da Alma'
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Se a filosofia cartesiana admite que admirar é estar apaixonado, quem sou eu para negar?
Essa é a minha ação-reação diante do que vejo, ouço, provo e sinto: admirando e me apaixonando todos os dias.
fabiana_granzotto disse em 21/03/08 22:40 …
E olha que ele nem era poeta!

Conheci René Descartes nas aulas de Matemática Analítica e Filosofia Empirista, lendo "O Discurso do Método"...

Gosto da maneira científica, da "clareza cartesiana" como descreve as paixões, embora seja muito criticada pelos filósofos que o sucedeu pela sua limitação (em "O Ponto de Mutação", Fritjof Capra abomina a concepção mecanicista sobre o pensamento científico ocidental contemporâneo).

Não há pecado algum em querer explicar com precisão geométrica até mesmo os sentimentos e ações-reações humanas. Busco verdades absolutas também. Admito fazer minhas deduções e ter intuições. E nem por isso mereço a fogueira da Inquisição.

Um comentário: