sábado, 27 de março de 2010

Coffe Express




Café, boas companhias, planos... muitos planos.
Tarde típica da Vila de Paranapiacaba.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Hoje faltou energia elétrica




Adoro quando isso acontece!




O escuro é necessário para clarear as ideias e estimular os sentidos e as habilidades.




Estava ao piano quando o breu tomou tudo à volta. Saí no quintal e puxei conversa com os vizinhos. Ouvi e vi os alunos da aula noturna serem dispensados com seus mp10 servindo de faroletes. Olhei para o céu. A lua e as estrelas reluziam de modo que pareciam satisteitas pela falta da iluminação pública. A visão se adaptava... entrei em casa pela porta da sala sem esbarrar nos móveis. A caixa de fósforo fica na janela da cozinha, iluminada pelo luar. Acesa a chama, ela não aguentou chegar ao quarto onde, tenho certeza, deixei a lanterna na primeira gaveta do criado-mudo. Quanto papel cabe nessa gaveta! Sabia que estava sob o calhamaço... Achei! Silêncio mortal. Preciso ligar para ele. Voz aveludada... fará-me companhia até a luz voltar... tomara demore a noite inteira!


Ahhh... Fogos de artifício e crianças eufóricas gritaram juntas com o berro luminoso das luzes da cidade, que atordoaram minha visão.


Espero que a Companhia Energética tenha outras baixas...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Equinócio de Outono ou Minhas Palavras sou Eu

Já passam das duas da manhã do sábado... O ar está fresco e sinto o perfume da dama-da-noite que foi abalada pelo temporal... A cidade silencia, mas as palavras que habitam em mim não querem silenciar. Elas querem extrapolar meus limites, querem ganhar espaço nesta folha de papel, querem preencher o ambiente através da voz do leitor, querem atingir como flecha o ouvinte.
Minhas palavras sou eu. Elas tomaram meu corpo antes mesmo do meu nascimento; já eram escritas, faladas e ouvidas pelos meus ancestrais... Foram se formando, se aglutinando, se modificando e tomando ritmo até pulsarem em mim. O que verbalizo está impregnado no meu sangue.
Tenho “surtos de palavra”, gana de gastar o verbo, seja qual for a linguagem... Não sei se uso o Português, pois a língua está tão cheia de neologismos e estrangeirismos, raízes, prefixos e sufixos de tantas outras línguas e dialetos... Talvez use um brasileirês, paulistês?
Eis um conflito íntimo: será que minhas palavras, o “eu”, atinge o “tu”? O que adianta tantas palavras ao vento, como o perfume da dama-da-noite abalada pelo temporal? Não quero ser perfume, que se dissipa no ar, nem dama-da-noite a despetalar e ressecar sobre o asfalto da cidade! Quero ser temporal, que inunda a cidade, transforma a paisagem, energiza o céu e... abala as damas-da-noite!
Embora tenha esta aparência primaveril, amo o Outono, que fecha ciclos, mas inicia outros (lembrei-me da canção “Águas de Março”). Amo seus fins de tarde coloridos, seus feriados e todas suas lembranças pueris... Que minhas palavras pudessem ser como o Outono: marcantes.
Sofro quando não verbalizo. É como se as palavras não-expressas contaminassem meu sangue, acabando com meu bom-humor. Apaixono-me quando “tu” corresponde “eu”. Sinal que o temporal abalou a dama-da-noite...

Fabiana Paino Granzotto.
10/03/2007.
Nesta foto apareço em ângulo privilegiado, conversando com Fabíola e Gisele, durante atividade no Campus da FSA - "Poéticas das Imagens e Narrativas Visuais em Educação Ambiental" - em pleno Equinócio de Outono (sábado, 20 de março de 2010)