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Na segunda, Sr. Ricardo no seu "Possante", primeiro carro dos Granzotto.
Dirigir um carro simboliza status e poder, mas também uma necessidade que se cria com o cotidiano que se tem.
Tirei carta de habilitação para dirigir aos 20 anos. Já renovei uma vez e não tem o motivo de renovar pela segunda. Talvez, por conta do medo, estruturei minha vida de modo que casa, trabalho (...) estivessem acessíveis aos meus passos. Lembro-me do mal-estar das poucas vezes que estive na direção.
Ontem, quando estava com a Dani no seu novo carro, ela lembrou que o nossos avôs nunca dirigiram carro, sequer sabiam dirigir e que papai, quando comprou seu primeiro carro, um Fusca 197? azul, convidou seus futuros sogros para uma volta, num dia de chuva, nas ruas inclinadas de paralelepípedo do bairro para impressioná-los (ou assustá-los). Rimos.
Os novos modelos são equipados com câmbio automático, ar condicionado, assentos confortáveis e outros itens que fazem do carro uma máquina fundamental e indispensável à vida do ser humano versátil, moderno, ocupado com suas múltiplas tarefas. Será?
Pensei no quanto os velhos da minha família eram pessoas além do seu tempo, destemidas, ativas, cheias de histórias e memórias de dores e alegrias, criatividade e mobilidade... mesmo sem terem carros. No motivo pelo qual meu pai não está mais aqui conosco (ele não entregaria seu carro de mão beijada...). Na vida da Dani e da Dona Leô sem seus carros... Pensei também que, inconscientemente, essa paura de volante em mim permita que eu reúna essa potencialidade genética do olhar para a rua e ao redor, dizer 'bom-dia' para as pessoas que também caminham e querer ir além daonde o carro pode levar.
Um dia vou dirigir novamente... ou não.
Fusca sempre foi uma paixão desta família...
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