terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Devaneios...




Faz tempinho que publiquei no flog, mas merece reprise:




06/04/08

O que ficou de "Os Devaneios da Intimidade Material"



-A vontade de olhar para o interior das coisas torna a visão aguçada, a visão penetrante. Transforma a visão numa violência. Ela detecta a falha, a fenda, a fissura pela qual se pode violar o segredo das coisas.




-Ver além do que se vê; ir para dentro do outro: o outro é uma convocação imediata, um pedido de socorro.




-Decerto a felicidade é expansiva, tem necessidade de expansão. Mas também tem necessidade de concentração, de intimidade. Trata-se de uma grande felicidade porque ela é uma felicidade oculta. Todo interior é protegido por um pudor.




-Mas se um sonhador, acredita que a natureza é artista, que a natureza pinta e desenha, não poderá ela esculpir tanto a estátua de pedra, quanto moldá-la na carne?




-O sonhador, em sua vontade de potência insidiosa, identifica-se com uma força que impregna para todo o sempre. A marca pode apagar-se. A tintura certa é indelével.




-A admiração é a forma primária e ardente do conhecimento, um conhecimento que enaltece seu objeto, que o valoriza. Um valor, no primeiro encontro, não se avalia: admira-se.




-O interior sonhado é calido, jamais ardente. O calor sonhado é sempre suave, constante, regular. Pelo calor, tudo é profundo. O calor é o signo de uma profundidade, o sentido de uma profundidade....




Confirmação de muitas coisas.


Fiquei experimentando e digerindo esse texto durante o final de semana.


Que eu não deixe de me apaixonar...


Que eu não duvide tanto...


Que eu permita outras possibilidades...


Que eu sinta prazer no final.

fabiana paino granzotto disse em 08/04/08 21:45 …
Noite passada sonhei que tinha por tarefa pintar um quarto. No sonho, preparava a tinta branca numa bandeja e a ela pingava gotas de tinta preta (para criar um "cinza claro"). Misturava-as com as mãos, como quem brinca em água com sabão. E isso era bom, mesmo sabendo que deveria usar, pelo menos, um par de luvas ou um pincel para tal façanha.






Fabiana Paino Granzotto, ao ler e experimentar Gaston Bachelard no "Oralidade Poética"e admirar uma tarde outonal.

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